segunda-feira, agosto 09, 2010

Uma estória da depilação

Os macacos viviam em paz em sua sociedade altamente desenvolvida. Todos ajudavam na manutenção dos vilarejos, controlavam o estoque de comida, organizavam grupos de caça e de coleta de frutas. Casavam e tinham lindos macaquinhos. Assim como em todas as sociedades haviam os desertores, os marginais. E, como em todas as sociedades, eram punidos.


A punição era sem misericórdia: a tortura que além de castigar, mostrava ao resto da comunidade  a insígnia da vergonha. O método era simples: amarrava-se a vítima em uma superfície plana, lhe aplicavam uma substância quente e grudenta. Assim que ela secava um pouco, os pelos da vítima eram arrancados sem piedade e sua pele ficava aparente por semanas.


Um dia, um torturado resolveu se rebelar e foi viver no mundo selvagem. Sem pelos no corpo todo, sentiu frio. Na selva, avistou ao longe uma fogueira, caminhou até o local e descobriu mais macacos sem pelo. Como viviam na selva, eles usavam couro de animais que eles haviam caçado com ferramentas muito mais mortais que as que tinham nas vilarejos. Resolveram então, se vingar dos macacos que os expulsaram.


Começou assim uma guerra sangrenta. Assim, os macacos sem pelo, depois conhecidos como homens, asseguraram que a depilação seria característica de desenvolvimento e evolução.


Uma vez por mês, na mesa da estetecista, maldigo esses macacos sem pelos.

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