terça-feira, outubro 05, 2010

Tenho teto de vidro

Numa dessas madrugadas, a @laravendramini me lembrou de algo que eu gostava muito: Backstreet Boys. Já falei deles aqui, mas enquanto estava vendo os vídeos deles, me vieram à cabeça muitas das perguntas que eu faço quando vejo um clipe dessas bandas moderninhas ae: "O que me faz gostar deles?" "Por que eu gosto deles?" A única resposta que eu consegui pensar é: gosto deles e pronto. Não há explicação lógica para isso.




Aí, fui voltando no tempo que eu era fã de verdade deles. E lembrei de algumas coisas um tanto bizarras. Rolava uma baita rixa Backstreet Boys x N'Sync. Quem sou eu para dizer algo contra Cine x Restart?


Mas posso dizer uma coisa sim: Nenhuma fã de Bsb usava roupas de gosto duvidoso ou se declarava Família Backstreet. Principalmente porque todas se achavam esposas deles e não primas. #fikdik.


Vejam (caso tenham coragem) esse video de 1993, quando o Nick tinha 12 anos. O ritmo dessa música é uma tristeza, mas a versão que eu tenho do 1º single deles é bem melhor... (bem melhor é meio forte, mas...)



Como posso reclamar da voz de menininha de Justin Bieber?? Eu nunca vou dizer que acho a voz do Nick dessa época bonita (se é que a voz dele é boa) ou que eu fosse fã deles em 1993. Até hoje só escuto essa música quando estou afim de rir com vergonha alheia. E quando falavam que eles eram gays eu não fazia um video chorando e dizendo "Leave Bsb Aloone!!" ou "Puta falta de sacanagem"...


Depois de pensar muito, cheguei à conclusão que eu não vou mais ser do movimento "anti-coloridos". A partir de agora, irei ver como "coisa de adolescente". Assim como ninguém me enchia o saco por eu acreditar no amor verdadeiro, não vou encher o saco de ninguém que acha que aposta um beijo que você me quer e que verde limão combina com rosa choque e laranja. (MAS NÃO COMBINA).

sexta-feira, outubro 01, 2010

Twist and Shout


Um grupo de amigos músicos está sentado numa sala tipicamente britânica, num dia cinza e chuvoso, tipicamente britânico.  Cada um está relaxado, perdido em suas próprias divagações. De repente, um se levanta, vai até a escrivaninha, pega um lápis e escreve uma frase. Dessa frase outra sai, e magicamente, como todo o texto bom, ele sai sozinho. 

Quem escreve (poemas, textos jornalísticos, crônicas, estórias) sabe que não precisamos pensar para escrever, as palavras parecem ter vida própria e saem de algum lugar desconhecido do cérebro e passam pelos nossos dedos como se fóssemos meros mensageiros das palavras. Como se nossa função fosse apenas a de servir de ponte, entre o mundo das ideias e palavras para o mundo físico das pessoas.

E assim, magicamente, as palavras ganham vida. Um logo pega a guitarra e copia um pouco (apenas um pouco) o ritmo de Chuck Berry, bem dançante. O mais brincalhão manda um “uuuuh” entre um verso e outro e faz com que a música fique bem divertida. Os quatro agora formam uma banda de verdade, não estão mais perdidos em seus próprios pensamentos. Todos querem fazer parte dessa brincadeira de fazer musica.

Finalizada a canção, levam a uma gravadora e fazem uma fita demo. Logo a música ganha as rádios locais, as rádios do centro da cidade, do país e do mundo. Logo eles estão em um avião próprio, com champagne. Vivendo a vida que eles tanto divagavam sozinhos em um canto de uma sala tipicamente britânica. Mas não pensam mais nisso. Só na solidão que o sucesso traz.

Param de compor como um grupo. Param de esperar a magia das palavras surgir em suas cabeças. Começam a compor pensando “agora o público vai gritar”. Deixam de ser pessoas criativas e se tornam máquinas fordistas de hits.

Antes que os Beatlemaníacos se expressem, essa é uma crônica fictícia. Twist and Shout foi escrito por Phil  Medley e Bert Russel e gravado pela 1ª vez por The Topnotes. Depois ganhou uma nova versão com o The Isley Brothers e finalmente a versão dos Beatles cantada pelo então gripado e rouco John Lennon.