terça-feira, janeiro 26, 2010

Como estragar um momento com uma frase

Todos os dias, quase no mesmo horário, ela aparece. Pelas roupas e pelos fones de ouvido percebe-se que se trata de uma jovem que não trabalha. A repetição das cenas diárias chega a ser cinematográfica.

Quando ela chega, tira os óculos escuros, sorri para a garçonete, escolhe seu prato – sempre cheio de saladas e poucas carnes – tempera a sua salada com azeite e sal, coloca shoyu na cebola e pede um chá gelado. Se senta, recoloca os fones e começa a almoçar.

Olha para as pessoas na rua com uma curiosidade quase infantil. Começa sempre pela salada, parte para o filé de frango ou peixe e deixa as batatas e o tomate seco por último. Sorri, e descansa na cadeira enquanto termina o chá que já não deve estar tão gelado assim. Olha a hora no celular, pega a bolsa e vai embora. Todos os dias.

Um dia, ela se senta coloca os fones de ouvido e reconhece alguém na rua. Depois conversa com outra, outra e mais outra. Ela olha para frente, seu olhar encontra os dele e ele diz:

“Se você se candidatar a vereadora, já tem um voto!”

Com um sorriso amarelo ela se levanta e sai do restaurante.

“Idiota”

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Sobre o café

Embora ninguém diga que eu seja filha única, já me comentaram que só percebem esse fato por eu ser muito apegada a minha mãe. E minha mãe é muito, mas muito mais apegada a mim do que se possa imaginar. Mas essas férias eu fiquei feliz com um fato muito simples que me fez ver que minha mãe está, finalmente, vendo que eu cresci.

Nesses últimos dias ela tem me perguntado se eu gostaria de uma xícara de café depois da janta.

Desde pequenininha, lembro de minha mãe me dizendo quando eu pedia café “Café é só para adultos”. Talvez pela minha lua em capricórnio sempre soube reconhecer autoridades e responsabilidades. Assim, aceitava que eu era criança demais para saber qual o gosto de ser adulto. E nem dizia nada, só voltava aos meus brinquedos.

Amargo. Esse é o gosto de ser adulto. Mas como é gostoso saber que minha mãe me oferece um cafezinho depois da janta, ah isso é.

 
Detalhe: não posso tomar muito café por causa de problemas de coração. Mas isso é uma outra história

terça-feira, janeiro 19, 2010

Não deixe o blog morrer!!

Eu sei. Passei muito tempo sem escrever nada para o Crônicas. Mas não, não me arrependo. É sempre assim, acredito que o blog passe por momentos cíclicos, assim como a vida. Nos fins de semestre aumentam os trabalhos e nas férias aumenta a preguiça. Porém, já tem algumas semanas que eu pretendo voltar ao meu amado Crônicas.

E voltei. Não queria escrever semana passada, pois ainda me sentia mal pelo aniversário da morte da minha cachorra, e nada que escrevesse seria válido nem correto. Sendo assim, vamos falar sobre aquilo que sempre falamos nos inícios de ano: promessas.

Comecei 2010 revendo pessoas que não via há cinco anos e percebi que deixei para trás, definitivamente, minha timidez com desconhecidos – o que me ajudará imensamente na minha profissão. Pulando as sete ondas não desejei paz, felicidade ou saúde. Mas desejei outra coisa. Desejo para 2010 superar os meus grandes defeitos, transformando-os da mesma forma como fiz com a minha timidez e minha falta de determinação em 2009.

Que meu último ano da faculdade sirva para ser o primeiro com mais confiança em mim, melhor auto estima, mais organização e que eu consiga, finalmente, começar algo e terminá-lo.

Muita paz, saúde e felicidade para todos nós!! E que cada um supere seus medos e desafios. ^^