domingo, fevereiro 28, 2010

Aposentada aos 22 anos

Numa bela tarde de feriado de carnaval, sentada com dois grandes amigos numa varanda à beira de uma lagoa no interior, observo a paisagem bucólica do campo me abanando com um leque e ouvindo Maria Rita com o meu “radinho de pilha”.

Percebo então que meus amigos estão tendo o mesmo fluxo de pensamentos que eu. Como é boa a velhice, deve ser assim uma aposentadoria, sentar numa varanda, observar a vida passar e não sentir absolutamente nenhuma vontade de se mexer.

O resto do grupo chega. Violão, metal em alto e bom som no carro, italianada reunida falando alto. “Ah... esses jovens com esse tal de rock ‘n roll fazendo barulhos... Não sabem apreciar uma bela paisagem”

Todos riem. Acham que eu estou brincando. Mas me sinto mesmo com uma velhinha e meus dois maridos, todos aposentados e curtindo uma bela tarde quente. Talvez quente demais. Reclamações normais de velhos.

Não curto mais festas, não misturo mais destilado com fermentado, prefiro ler um livro a ir para algum lugar que toque ritmos que eu não gosto. Não saio mais para “pegar geral”.  Apenas me sento à varanda com o note aberto, escrevo algum texto e reclamo de meus pés congelando.

Espero que aos 60 anos esteja de cabelos rosas saltando de bungee jump.

2 comentários:

Carol disse...

ma sñ se preocupe: é característico dos jovens mudar de opinião de tempos em tempos. (ou vai dizer q 3 meses atrás vc pensava assim?) rs

Gustavo Longo disse...

Eu falo do alto dos meus cabelos brancos: ja estamos ficando velhos... é disso para pior! hehehehheh