sexta-feira, maio 08, 2009

De como a amizade é uma coisa ingrata

Eu sei. Devo me considerar absurdamente sortuda quando o assunto é amizade. Sou uma pessoa muito sociável e, embora não pareça pelas crônicas que aqui publico, sou uma pessoa muito sorridente. Mas, acredito que os textos tristes sejam aqueles em que minha alma fica mais transparente e eu, mais leve. Sem considerar que a crônica depressiva tem mais estilo e charme. Infelizmente, hoje escrevo para desabafar. A amizade é muito traiçoeira, ou, melhor dizendo, a sorte/destino é muito traiçoeiro comigo. (Ó, mundo cruel!!)


Deixando brincadeiras de lado, há muito tempo circulava pela internet um texto que dizia que a amizade é um dos alicerces da vida, que é com ela que formamos nosso caráter e grande parte das nossas vidas. Sem lugares – comuns, não direi que “me diga com quem tu andas e te direi quem tu és”,ok? (hehehehe... mas eu disse...) Se esse chavão dos tempos da minha vó é verdade, então eu sou espetacular. Ponto. Amo cada um de meus amigos, e, sempre que tenho a oportunidade, falo, grito aos quatro cantos do mundo : “Eu te amo, chuchu!”. Mas, vez ou outra me pego muito triste ao pensar que algumas amizades tenham um fim.


Quando entrei na faculdade, não quis fazer amizades pois tinha medo de fazê-las sabendo que teriam prazo de validade. Quatro anos. Nada mais. A maioria é do interior, ou seja, good bye, my friend (Sim, estou colocando uma frase das Spice Girls aqui...). Mas, meu coração mole, e minha incrível facilidade de sociabilidade me pregaram uma peça. Me vejo agora, no terceiro ano de faculdade quase arracando meus cabelos ao pensar que dentro de alguns meses, meu mousse de maracujá irá me deixar. Sim, ele é um ser humano, e não, não desistiu da faculdade. Ele vai mesmo é morar na Europa por seis meses e isso me mata. (“Não consigo pensar na minha vida em Bauru sem você. Ponto”)


Quero que ele aproveite bem a sua estadia lá fora. Quero que ele seja feliz o tempo todo. Mas como todo ser humano sou egoísta, ele é meu também. Um pedacinho bem pequeno, mas é meu sim. Como se não bastasse, além dele, outras pessoas também muito queridas vão. E aí, eu fico aqui, pensando em como meu próximo semestre será deprimente, tentando me enturmar em outras turmas, em plena reta final do curso.


E há também uma galera que aperta o meu coração ao pensar que estão no quarto ano e que, possivelmente eu nunca mais os veja. De verdade. Moro com uma menina desde o primeiro ano e não consigo me imaginar com outra pessoa fazendo compras, ou cantando na sacada. Simples assim. Não dá.


Para a minha enorme felicidade um dos meus maiores medos não se concretizou. Tinha um pavor de pensar que meus amigos da minha cidade natal se esquecessem de mim com o passar dos anos e que, comigo morando sozinha, eu ficasse muito diferente do que era quando os conheci. Explicando melhor, a imensa maioria são meus amigos há, pelo menos, cinco anos. E, mesmo mudando de cenários, habilitando alguns personagens novos, ainda ando com todos eles. Graças a Deus. A parte triste é que antes, andávamos sempre juntos, em bandos de mais de VIINTE pessoas, e hoje, com algumas brigas e desentendimentos, esse grupo se dividiu em outros menores.


Ainda bem que toda a vez que eu volto pra casa, me divido em mil para poder acompanhar todos. Eles são uma boa parte dos meus motivos para aguentar cinco horas de estrada, só para vê-los, ou para comemorar um aniversário.


A amizade é mesmo ingrata. Quando nos aproximamos de alguém, quando deixamos entrar essa pessoa em nossa vida fica muito difícil deixá-la ir. Mesmo. Mas não há, infelizmente, nada que possamos fazer. Sei que também há uma pessoa que também passa pelo mesmo que eu (né, japonesa?) e eu sei que ela deva estar chorando bem mais que eu (se não está ainda, irá). Mas, como eu sei que mesmo alguns grandes amigos que eu tinha na infância e reencontrei ainda são meus amigos, sei que o mesmo irá acontecer. E me dá um ódio tão grande de saber que eu fui estúpida o suficiente para amar todos esses que vão embora.


Mas talvez eu não tenha sido estúpida. Amei e amo, cada momento passado junto a eles. Cada gargalhada, cada dança, cada filme amador feito numa sala em cima de pufs, cada noite perdida (?) em conversas, cada momento, servirá para fazer nascer um sorriso quando eu estiver chorando em casa por conta de uma outra palavra talvez muito mais ingrata que a amizade que é a saudade.


5 comentários:

Equipe Talentoanonimo disse...

Bom saber que sou parcela dessa sua vontade de voltar pra Guarulhos!!!!!

Deborah Cabral disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Deborah Cabral disse...

É claro que você é, chuchu...^^

Anônimo disse...

Oonnn. Que lindo. *_*
Mas sabe, tem males que vem para bem, como diria a minha vó. rs.
De repente, ter q conversar com pessoas diferentes possa te trazer mais pessoas para um dia vc sentir saudades.
E uma coisa eu aprendi (com essas mil mudanças que tive que fazer durante a vida): quem é de verdade, sempre fica. Por mais que o tempo passe. Por mais que as coisas mudem. =)

BlackCat¹²³ disse...

XD mintiraaa huhuhuhuhu
sabe o q eu lembrei agora ??
"...He walks away
the sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your grey
In this blue shade
My tears dry on their own."