Saiu na Superinteressante do mês passado uma matéria que me deixou meio mal. De acordo com a reportagem, cada vez mais nos distanciamos de nós mesmos. A culpada disso seria a internet. Com ela, as pessoas passam pouco tempo sozinhas de verdade, já que o cérebro não diferencia virtual do real. Há muitos meios para se evitar a solidão – Orkut, Msn, Flickr, Twitter, Facebook, são apenas alguns dos exemplos para demonstrar que um dos maiores medos do homem é o de ficar sozinho. Mas por que será que a gente odeia tanto a solidão?
A sociedade atual nos força a ter companhia. E nem sempre pelos bons motivos. Na realidade, dinheiro, poder, fama e status só fazem sentido quando estamos sendo vistos e observados. Muitos pesquisadores vêem o uso da internet para acabar com a solidão um caminho para a depressão. E faz todo o sentido. Sair com os amigos para um barzinho tem muita diferença a uma conversa de duas horas pelo msn. Quando vemos uma madrugada de sono perdida, nada realmente importante feito e muita dor nas costas sabemos disso muito bem. Mas não adianta. Basta termos a oportunidade, que já a aproveitamos. Queremos e precisamos desse contato imediato de terceiro grau (com outros humanos, claro). O mais estranho é que mesmo com toda essa tecnologia, nós continuamos com os mesmos círculos de amizade. Pequenos e fechados. Quantos “amigos” você tem no seu orkut? Mas com quantos você realmente sai, conversa e vê com freqüência?
A solidão é importante para o homem porque é com ela que ele amadurece e desenvolve capacidade de reflexão. Precisamos ficar sozinhos para nos conectar com nós mesmos, saber o que pensamos e o que sentimos. Mas essa intensificação do acesso à redes virtuais têm prejudicado uma geração inteira que não sabe nem o que é uma vitrola. Precisamos da solidão de vez
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