sábado, julho 03, 2010

E o Brasil perdeu

Devo dizer que ainda acho estranho escrever sobre futebol. Não entendo muita coisa, mas também não vou dizer que odeio. Não sou daquelas "Quero mesmo que a Argentina vença". Não. Enquanto o jogo rolava, tudo o que eu fiz foi ligar para amigos e matar saudades. Não me interesso por esportes, mas há algo que eu admiro em muitas pessoas e que não possuo: fé. Fé em alguma religião, fé em algum político, fé em instituições, fé em algum time de futebol. Acho lindo ver pessoas que acreditam completamente em outras, assim, sem desejar nada em troca. Essa fé cega que faz rir, brigar e chorar.


É uma das coisas mais bonitas no brasileiro, essa fé desmedida no futebol; esse complexo de vira-latas que só desaparece quando alguém grita "Salve a Seleção!". Só assim para brasileiro sentir orgulho daqui. Eu choro quando vejo a equipe de vôlei masculino ganhando mais um campeonato mundial. Não porque eu torça ou mesmo porque eu saiba a escalação completa da equipe ou mesmo se eles estão jogando 3 por 5. Eu me ponho no lugar de um deles, de qualquer um deles, lá em pé, ouvindo o hino nacional, vendo a bandeira subindo... é uma emoção que fica entalada na garganta.


E eu senti isso de novo ao ouvir algo muito estranho durante este jogo: silêncio. De repente, do riso fez-se o pranto, silêncio. Sem fogos, sem gritos, sem buzinas. Me senti mal, muito mal. Não pelo brasileiro que só compra camisas da seleção uma vez a cada quatro anos. Não pelo cara que só está torcendo para ter um dia a mais de folga. Mas senti mal por aqueles que amam futebol, amam a seleção brasileira e, principalmente, do jogador que será considerado o maior vilão da história desse país.


Me fiquei imaginando lá, jogador, na Copa do Mundo, jogando por um país que respira e acredita no futebol. Me deu um nó na garganta, mas não igual àquela do vôlei.


Para que todos vejam essa tristeza sem fim do brasileiro: Salomão, que ficou sem chão (e com aula segunda). via @naosalvo

Nenhum comentário: